sexta-feira, junho 13, 2008

Eu talvez precisasse de um revolucionário, grande é a disputa interna pela presidência de mim.

Dormindo na minha cama. Estava mesmo um belo dia e eu vinha caminhando pela rua, o céu estava vermelho e aquilo me incomodava, parecia dizer que eu tinha de fazer alguma coisa. Acelerei então meus passos, o suor começava a surgir pelo meu corpo e ofegante eu olhava para todos os lados, mas não deixava de seguir.
- O que é isto?
- O que está havendo?
- Me deixe em paz!
Coisas passavam pela minha cabeça e uma guerra de distante trégua parecia se iniciar ali.
BUUUUUUM!!!!!
Bombas começavam a cair por todos os lados, o fogo subia, correndo e em pânico eu procurava por um abrigo, mas não o encontrara.
RÁ-TÁ-TÁ-TÁ-TÁ... PÁ, PÁ, POW! RÁ-TÁ-TÁ-TÁ-TÁ...
Eu ouvia tiros por todos os lados, eles cruzavam meus olhos, rastejando eu continuava por uma busca desesperada por um lugar seguro, mas de nada adiantava! Todos aqueles ataques, todo aquele fogo, eu era pequeno demais perante tamanho poder de destruição. Quanto ódio, quanto rancor! Talvez eu precisasse de uma revolução, precisasse de um revolucionário, muita coisa estava errada e eu sentia que não suportaria mais por muito tempo.
Eu ali deitado sentia cada vez mais ódio e medo, minha vista já tortuosa e aquilo tudo parecia só aumentar. Foi então que num súbito esforço levantei-me sacando a única arma que portava comigo, um canivete. Cego por revolta e desespero puis-me a esfaquear o ar em todas as direções, queria acabar com aquilo, não pensava mais em nada e estava ali apenas com um canivete na mão, suor e lágrimas escorrendo, berrando e golpeando. Mas tudo não durou mais do que alguns segundos e...
AHHH!
Parece que acertei!
Por um momento o silêncio e a paz tomaram conta de tudo novamente, não mais ouvia disparos e explosões, não mais me sentia ameaçado. Como poderia acabar com tudo aquilo apenas com um canivete?!?!?!
Foi quando virei minha cabeça em direção ao chão, avistei sangue caindo e ao pôr a mão sobre a barriga percebi que minha roupa estava embebida de sangue. Eu acertara a mim mesmo com o canivete. Nada mais se movia rapidamente diante de mim, senti meus joelhos perdendo a força e se dobrando, levou alguns minutos até que os mesmos encontrassem o chão, o sangue não parava de jorrar, mas estava mesmo tudo bem, não sentia desconforto algum.
- Acabou?
- Está tudo bem?
- O que virá agora?
- Todos os meus problemas estão resolvidos?
- Estou vivo ou morto afinal?
(...)
De repente tudo escureceu de uma vez e naquele mais absoluto silêncio dei-me conta de todas estas respostas.
Estava eu o tempo todo dormindo na minha cama.

Ederson Radiz Zanchetta - sexta-feira, 13 de junho de 2008

terça-feira, junho 03, 2008

Sarcasmo

Eu sei de algumas coisas, quando você me vir te direi algumas coisas mais. E quando você achar que eu sei ainda mais, no final não terei lhe dito nada do que sei.




Ederson R. Zanchetta - 03 de junho de 2008