sábado, dezembro 24, 2011

Ainda

Ainda, que eu soubesse o quê dizer
Ainda, que você soubesse ouvir
Ainda, que soubessem o quê pensar
Eu não teria qualquer lugar
Para ficar tranquilo, ainda.

Ederson R. Zanchetta - 23 de junho de 2009

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Edvard Munch


Edvard Munch e um de seus rabiscos (ah, se ele pudesse ouvir isso).
Pintor norueguês, com influências impressionistas.
Seu quadro de maior importância foi pintado aos trinta anos de idade. O famoso "O Grito" que deu início ao expressionismo.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Circuito Fechado

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

Ricardo Ramos

quarta-feira, novembro 02, 2011

Em São Paulo

Em São Paulo temos pressa. Tem muita coisa, muita gente, muita rua, muito carro. Eu vim falar para vocês aqui hoje sobre como é a vida em São Paulo. E São Paulo é muito grande, tudo fica muito longe! Em São Paulo todos estão sempre com pressa, sempre correndo. É de metrô ou trem, carro, moto ou à pé, estamos sempre correndo aqui. E em São Pa...
Tenho que ir, depois termino de escrever isto aqui pra vocês.

Ederson R. Zanchetta - 02 de novembro de 2011

terça-feira, setembro 27, 2011

Gato notívago


E sigo sozinho
Como um gato notívago
Pelos telhados irregulares
Das casas emergentes

Telhas quebradas
Por entre lanças e espinhos
Caminho absoluto à noite

Caçando o almoço
Jantando a caça
Vivendo de graça em graça
Da vida que me mantém vivo
Como por algum interesse pessoal

Um gato noturno
Alheio a outros bichos
Com o seu próprio ritmo
E individualidade felina

Poucos vêem
Ninguém compreende
E com todo esse desalento
À minha subsistência vou vivendo
À minha condição, é apenas (...) ser.


Ederson R. Zanchetta – 27 de setembro de 2011

terça-feira, agosto 23, 2011


Stay
Mark Lanegan
(Lanegan/Johnson)

The heart will pound until the breath is gone 
You know what I love so, put me on 
Something has badly gone wrong with me
Livin's not hard, it's just not easy
Always keepin' the dogs off

Down like the rain, down like the rain
Comin' down like the rain, comin' down 
Oh I wanna be there, by your side
Cause this feels like dyin' baby 
Let me stay around, let me stay around

You take my heart, and my breath is gone 
You know what I love so, put me on 
Feel a little light-headed, you know I'd have to be
Believin' ain't hard, it's just not easy
Stayin' blind to the obvious 

Down like the rain, down like the rain
Comin' down like the rain, comin' down 
Oh I wanna be there, by your side
Cause this feels like dyin' baby
Let me stay around, let me stay around

terça-feira, junho 14, 2011

Sentir enclausurado

Quando eu era pequeno, bem pequeno, aliás...
Dormia num berço qualquer...
Algum tempo se passou, comecei a me sentir enclausurado por aquele berço, que,
Tornava-se menor a cada dia...
Eis que me libertei...

Depois morando na casa da minha mãe, no meu quarto...
Algum tempo se passou, comecei a me sentir enclausurado por aquele quarto, que,
Tornava-se menor a cada dia...
Eis que me libertei...

Morando no interior, numa cidade pequena...
Algum tempo se passou, comecei a me sentir enclausurado por aquela cidade, que,
Tornava-se menor a cada dia...
Eis que me libertei...

Habitando nesse nosso país...
Algum tempo se passou, comecei a me sentir enclausurado por esse país, que,
Tornava-se menor a cada dia...
Eis que me libertei...

Agora, habitando nesse mundo, azul, redondo, mundo nosso...
Torna-se menor a cada dia...
Começo a sentir-me enclausurado.

Ederson R. Zanchetta – 14 de junho de 2011

sexta-feira, abril 22, 2011

O Lobo da Estepe


       Fez-me entrar no quarto, que recendia a forte cheiro de tabaco, tirou um livro de uma pilha deles, folheou-o à procura.
       - Esta aqui também é muito boa - disse. - Veja só esta frase: "O homem devia orgulhar-se da dor; toda dor é uma manifestação de nossa elevada estirpe." Magnífico! Oitenta anos antes de Nietzsche! Mas não é esta passagem que eu pensava mostrar-lhe... Espere, aqui está. Ouça: " A maioria dos homens não quer nadar antes que o possa fazer." Não é engraçado? Naturalmente, não querem nadar. Nasceram para andar na terra e não para a água. E, naturalmente, não querem pensar: foram criados para viver e não pensar ! Isto mesmo! E quem pensa, quem faz do pensamento sua principal atividade, pode chegar muito longe com isso, mas sem dúvida estará confundindo a terra com a água e um dia morrerá afogado.



HESSE, Hermann. O lobo da estepe; tradução de Ivo Barroso. Rio de Janeiro - São Paulo: Record, 2010.
Trecho: pág. 26 e pág. 27.

segunda-feira, abril 18, 2011

Roupas velhas

Eu gosto das minhas roupas velhas
Porque elas lembram a mim
Quando esqueço quem fui
Eu gosto das minhas roupas velhas
Porque elas já conhecem o jeito do meu corpo
Quando esqueço a forma que tenho

Eu gosto das minhas roupas velhas
Porque elas já conhecem o caminho que sigo
Quando esqueço o meu destino
Eu gosto das minhas roupas velhas
Porque elas me fazem lembrar
Da forma que você as arrancou

Eu gosto das minhas roupas velhas
Porque sem aquela goma de novas
Conseguem mostrar melhor como são
Eu olho para as minhas roupas velhas – Eder... –.
E elas me respondem –... son –
.

Ederson R. Zanchetta – 6 de abril de 2011

domingo, março 06, 2011

Song For Sampa


Eu ainda nem senti o que faz você brilhar
e os automóveis passam pelas ruas...

Caminhando com ninguém
a cidade ao meu redor
Eu quero alento para um recomeço
e vai acontecer, eu vou te encontrar

pra gente sair, sonhar feliz pelas noites sem luar.
E de que vale o céu se a nebulosa de faróis vêm me dizer que isso é pra sempre?

Passageiros no metrô, a rua Augusta, e o Rock N' Roll,

eu penso "essa é a minha cidade",
Eu jamais vou te esquecer, para sempre vou te amar,
mesmo algum tempo depois do futuro.
E vai acontecer, eu vou te encontrar
pra gente sair, sonhar feliz pelas noites sem luar.
E de que vale o céu se a nebulosa de faróis vêm me dizer que isso é pra sempre?


Lobão

domingo, fevereiro 20, 2011

1º de 2011

Bem, depois de um tempo em silêncio resolvo vir aqui. Falar; Escrever.

Às vezes menos é mais...


Ando tão corrido, vivendo como todo mundo.
Trabalhando com artes gráficas, produzindo mídia impressa no centro da cidade. E estudando agora também.
Cursando Design Gráfico na Universidade Paulista.

Começamos um breve ano, 2011 este ano que será curto.
Então se posso dar algum conselho. Faça de suas noites mais curtas...

Depois de tanto tempo estagnado, patinando no interior sem muitas pretenções na vida, carreira, profissão...
Foi bom sim, não tem como negar. Vivi uma vida social bem legal, cheio de amigos, saídas, diversão...
Mas a vida não é só isso (infelizmente, ou não...).

Esses tempos ouvi algo interessante:
"O homem precisa aprender a aceitar três coisas na vida:
- Trabalhar
- Brochar
- Morrer..."

Bem, acho que estou na primeira...
E não é fácil, realmente...
Às vezes penso que meu trabalho não resolve minha vida, a sensação não é boa...
Ao menos paga minha faculdade...
É complicado. Por momentos penso naquelas antigas idéias inspiradas no socialismo.
"Ah, eu produzo muito mais do que ganho, os patrões enriquecem nas minhas costas..."
Mas, fazer o quê?!
Este é o mundo, o sistema politico-econômico em que vivemos. Ao menos hoje tenho alguma perspectiva de futuro.
Parece engraçado, "viver de futuro", mas é mais ou menos assim que a coisa funciona.

Eu não andei nem com tempo, nem com espaço para vir escrever mais aqui. Não sei dizer nem qual é meu maior problema nesta casa. Se Tempo ou se Espaço (talvez espaço mesmo).

É difícil se desprender de algumas coisas na vida e... "Mudar"...
Mas não se pode ter ou ser tudo...
Espero estar fazendo o certo, o melhor.
Saudades algumas vezes até me atormentam. Mas tento ver pelo ângulo de que se não fossem por elas significaria que eu não fiz nada de bom antes.

Estou feliz por estar atualizando este velho blog (com cara de novo) hoje.
Vivam!
Vivam bem!


"Não declare que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado."

Ederson