quinta-feira, janeiro 18, 2007

O que mata o poeta

O que mata o poeta
Não é o que mata o homem
O poeta não morre apenas
Se for de fome


O que mata a vida
O que cria a morte
O poeta morre
Antes que o corpo dorme


Esta triste vida de solidão coletiva
Acaba com o poeta e o desatina
O faz cair em qualquer esquina
Reduzido a nada
Então que fechem as cortinas


O que mata o poeta é a desilusão
À carne o reduz, limitação.
O que faz achar que tudo é vago e vão
Que nada além de um órgão é o coração


O que mata o poeta
Não é o que mata o homem
O poeta não morre apenas
Se for de fome.


(Ederson Radiz Zanchetta – 18 de Janeiro de 2007)