quinta-feira, maio 06, 2010

O velório

Nem todos, chorarão minha ida
Nem os chacais, nem os corvos
Minh’alma desvairada
Perambula, vagando os portos

A luz é um pequeno ponto
Enquanto as trevas são o todo à sua volta
Os cães uivam ao badalar estridente
Enquanto choram os que ficam e olham

A mãe me disse que ele está ali, dormindo
Está apenas a descansar

Retirar-me-ei então, daqui sorrindo

Está tarde e quero também me deitar


A vó brigou por terem me trazido aqui
Disse que não deveria ver nem compreender
Que noite esquisita e que fim notório
Velas, lágrimas e um caixão
Esta foi a vez, em que pequeno, fui a um velório


Ederson R. Zanchetta – 23 de abril de 2010

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